sexta-feira, outubro 5

é no silêncio









é no silencio
que melhor ludibrio a morte
não
já não me prendo a nada
mantenho-me suspensa neste fim de século
reaprendo os dias para a eternidade
porque onde termina o corpo deve começar
outra coisa outro corpo

ouço o rumor do vento
vai
alma vai
até onde quiseres ir




Al Berto, "Uma existência de papel", 1984/85
fotografias: XannaX

1 comentário:

Nilson Barcelli disse...

O Al Berto é um poeta que vale a pena ser lido. É óbvio.
Mas prefiro ler o que tu escreves. Ainda que faças desafios refractários...
Bfs, beijinhos.