
Existe sempre um espanto nesse breve instante em que temos consciência da nossa felicidade. O desejo de partilha leva-nos ao outro, move-nos a imaginada cumplicidade, o pressentido uníssono do bater descompassado…
...de repente o nosso corpo é já o sentimento. o nosso corpo incorpora o êxtase, a ardência, o odor, os beijos, os risos, as palavras, a emoção… estendemos ao outro, o ente mais querido e ausente, o desejo de uma identificação sem nome. uma comunhão celebrada nas mais pequenas razões. ou ilusões…
Ah, a ilusão, essa...
O pior não é o engano, mas sim a ilusão da verdade.
Diante de nós. face to face.
Ofuscando-nos a razão. conduzindo-nos dissimulada. imobilizando a nossa resistência. toldando a nossa consciência. …
(porventura o diabo terá sempre existido? será de facto ele, mesmo quando imaginamos que não passa de uma simulação lúdica? será de facto ele quando pressentimos que algo mau se atravessou por capricho no curso fugaz da nossa vida?)
XannaX
Try again. Fail again. Fail better.
(Samuel Beckett)
Pintura: William-Adolphe Bouguereau - Psyché et l'Amour (1889)
2 comentários:
Olá ((*_*))
Como sabes ja tinha visitado o teu blog, e tinha gostado, de muitos que visitei o teu diz-me algo que não sei bem explicar. Vou passar por cá muitas veses porque gosto imenso da forma como escreves.
E agradeço a tua amabilidade pelo qu eme escreveste e pelo qu eme ensinaste ((*_~))
Parabéns!
Liar
Bom post. Grande música!
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