domingo, maio 14

Inventário de lugares - O espelho

















Só na morte sair da cidade, só no fim. Nem o fumo nem a luz conseguirão apagar em mim esta insólita vontade de fazer contacto com o chão, de ser levada para outro algures menos remoto, onde a escuridão não seja tão escura e o calor não se perca tão depressa.
E depois, o agasalho furtivo da dança, o ar quente do ritmo, o colorido do néon, o fascínio completo do video. Haverá vida do outro lado deste espelho? Haverá? Que serão, afinal, esses pedaços de cacos que trazes na palma da mão, como se fossem sementes para plantar, bagas para comer?
Por vezes, confesso, descubro-me em ti, ultrapasso o espelho: e aí me pinto e descrevo então, na máxima tristeza e no júbilo depravado de a exprimir...


Fotografia: Mar

3 comentários:

disse...

Ai,Xannax, ai menina! Não estou a gostar nada dessa negação do teu "eu"....deve ser cansaçao, ai isso deve! Mas eu também sei que és uma lutadora e que depois desta grande batalha, vem o orgulho de algo de bom conseguido, vem o relax e vais poder"curtir" umas férias boas ( pk não aos trópicos?), e sentir-te-às de novo uma bela mulher, reconhecendo-te again nesse espelho!Beijo

luis ene disse...

só hoje reparei no sub-título do blog - se calhar não estava lá antes- e enterneceu-me.

beijos

luis

XannaX disse...

que a tua poesia nunca me abandone!

beijo