terça-feira, junho 19

Soneto de Mal Amar


Invento-te recordo-te distorço
a tua imagem mal e bem amada
sou apenas a forja em que me forço
a fazer das palavras tudo ou nada.

(...)

E as coisas que eu não disse? Que não digo:
Meu terraço de ausência meu castigo
meu pântano de rosas afogadas.

(...)

Ary dos Santos, in 'O Sangue das Palavras'
fotografia MG