
Deitava-se tarde, deitava-se quando já não podia mais ficar acordada. Era como se nada fosse verdade, ali, naqueles momentos derradeiros em que os olhos se esforçavam por não fechar, em que o seu corpo pairava sobre os lençóis em vez de neles se acomodar. Na débil luz do quarto percorria com os seus dedos os livros pousados na cabeceira explorando à exaustão uma réstea de cafeína no sangue. Experimentava uma estranha e singular separação entre sono e vigília, entre um ser com os pés assentes no chão e um ser algures em sonhos. Havia noites em que o fardo do amor se tornava imensurável.
XannaX
Leda, Gustave Klimt
1 comentário:
pois, pois...
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