
Voltei.
Do mundo.
Para o mundo.
Chorei.
Aqui é o fogo que mata e destrói...
Além, os senhores da guerra abriram as portas ao anjo da morte. A ganância e o egoísmo superam os argumentos para resolver os problemas dos seus povos.
Mas os homens não mudaram na sua busca de destruição. Mais uma vez a ira é soberana e instala-se como a loucura mais feroz.
O medo é aspergido à nossa volta. Escorre-nos peganhento pela pele...
As brisas da maldade espicaçam as gentes assim como os ventos espicaçam a turbulência do fogo.
Através de um nevoeiro de lágrimas vemos as imagens dos corpos mutilados, dos destroços das cidades, sentimos o quente do sangue encharcar-nos o tecido com que cobrimos a alma... ardem as entranhas num delírio abjecto.
Percorremos caminhos outrora coloridos e palpitantes em passadas dolorosas e cinzentas, agora devassados por sorrisos fantasmas escondendo gemidos de desespero e gritos alucinantes de dor.
O resultado da carnificina resume-se num timido cessar fogo... depois das almas trespassadas pela espada vingadora.
O medo é aspergido à nossa volta. Escorre-nos peganhento pela pele...
Ó Vós, se quiseres prolongar ainda mais a senda da destruição, devolvei a vida aos mortos e retomai a chacina!
Para condenar é preciso julgar e para julgar é preciso compreender.
Porque não compreendo?
Voltei enfim... Voltei a ti. Regressei com o coração amarrado. Urgente mas amargurada.
Do mundo. E nada descobri.
Fotografia: Luciolia
2 comentários:
"... devolvei a vida aos mortos e retomai a chacina! "
Voltaste e não compreendes. Eu também não.
O que eu começo a pensar é que a democracia se esgota no acto de votar. Porque o que a maioria dos governos democraticamente eleitos faz em matéria de guerras não é apoiado pelos votantes.
Há que descobrir como sair disto...
Beijinhos.
Voltaste devagarinho...?
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