Das palavras o éter

Meu olhar prendeu como um íman
O centro desse éter ardente.
Hesito em revelar-me e desisto.
Tento sair mas impeço-me de avançar e fico
antes do derrame da última gota de sangue!
Inconsciente de mim rodopio envolta em sons transparentes diáfanos qual musa magnifica, diva que não sou, não sou, não sou quem sou, sem mostrar quem sou, sem nunca mostrar quem sou.
(Aqui as muralhas são mais fortes que a vontade!)
Aspiro as palavras saídas do éter inconsciente de mim. Rodopio.
Sem senso In senso…
embriago-me nos odores
embriago-me no éter e saio finalmente no dorso desse poderoso dragão sem me revelar.
Reduzida a nada, amordaçada
e sem me revelar
sem me revelar nunca
sem nunca me revelar.


Poema inspirado aqui.

Imagem: Escher