
Sento-me mesmo ao centro da nave central, rosto voltado para aquela ínfima abertura por onde entra o dia…
Um único raio de sol jorra silente…
entra e esvai-se no ar carregado dos círios incandescentes
cerro os meus olhos com força
preces mágicas em múrmurio
adivinham-se coros celestiais quebrando o silêncio.
Etéreo, o corpo flutua…
(Poderia estar uma ilha tropical, banhando-me numa areia fina que já foi tantas areias continentais: cristais das Caraíbas, calcários das catedrais da Europa, basaltos sul-americanos, diamantes africanos, quartzos ingleses...)
Não.
Nunca como aqui a música terá sido tantas paisagens e tão silenciosas, entretecidas na fúria agreste deste sibilar de vento, neste subtil adeus que cá dentro permanece e ressoa, e, ressoando, parte.
Fotografia: Albano Grancha em Olhares
3 comentários:
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Se me ensinassem a comentar o Belo, com agrado comentaria as suas palavras.
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Apenas isto:
Conheço as emanações que não provêm apenas do granito de que são feitas as catedrais românicas e góticas (esta é de Santarém?), mas dos segredos dos mestres construtores que as fizeram e, ou os não revelaram, ou, por imposições da modernidade, foram esquecidos.
Beijinhos, sim!
Pedro
Recebo-o na minha catedral com alegria e acendo velas. Muitas velas.
Sentemo-nos
Cerremos os olhos por instantes.
O silêncio é fresco
Conte-me agora os segredos
baixinho
não perturbemos os espiritos
grandiosos
desses mestres construtores.
Despeço-me com a sua mão entre as minhas e deposito-lhe um beijo
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